"Olho-te nos olhos e tu reclamas que te olho muito profundamente...
Desculpa...
Tudo o que vivi foi profundamente.
Eu ensinei-te quem sou e tu foste-me tirando os espaços entre os abraços, guardas-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre...
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclamas de mim como se houvesse a possibilidade de eu me inventar de novo.
Desculpa se te olho profundamente...rente à pele... a ponto de ver os teus ancestrais nos teus traços... a ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos.
Eu nao vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos.
Eu nao vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser, vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar vivo e permanecer olhando-te profundamente."
Adaptado para português por Melro e Felro
Retirado do DVD "Ana Carolina - Dois Quartos"
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