domingo, 8 de abril de 2007

Memórias da Praxe

No longinquo ano de 2000, por alturas de Setembro, era eu um Dr. de Coimbra ainda muito verdinho, um Semi-puto perante a Praxe, quando resolvi apadrinhar um caloiro, como alguem havia feito comigo no ano anterior. Assim, apadrinhei um caloiro de graça João Paulo e que passou a ser conhecido por DOT. Assim, e no seguimento de uma ideia por parte do Melro (que já na altura morava comigo), pedi ao caloiro que fizesse uma composição com o tamanha máximo de uma página A4 manuscrita sobre o interessante tema: "A necessidade do DOT na reprodução dos sapos/rãs."

Em jeito de homenagem à Praxe, recordo e publico agora o texto resultante do meu primeiro acto de Praxe como Dr. de Coimbra.

"A necessidade do DOT na reprodução dos sapos/rãs

Na Natureza existe uma relação curiosa entre o famoso DOT e os sapos/rãs a nível da sexualidade e reprodução.
Este inter-relacionamento iniciou-se no ano de 1999. Neste primitivo ano, um estranho ser vivo criou uma abominável, fedorento e monstruoso objecto, o indequecível e viciante DOT.
A activação do DOT em programas da SIC provoca radiações electromagnéticas que vão ser responsáveis pela excitação dos sapos e das rãs. Ao aperceberem-se deste estado de excitação, as rãs iniciam uma série de saltos exóticos e provocantes de modo a chamarem a atenção dos famintos sapos.
Presentemente, admite-se que o DOT é responsável pelo aumento do desejo carnal entre sapos e rãs, bem como o aparecimento de instrumentos que permitiram o uso e abuso de sexo oral. Uma das práticas sexuais entre sapos e rãs é o chamado "Bungee-jumping cervical" que conciste em o sapo se prender por uma corda e saltar para cima da rã do género: enterra e volta pra cima, enterra e volta pra cima...
Deste modo, e graças ao DOT, as rãs passam de um estado de virgem inocente, para virgem experimentado e finalmente para tarada sexual. O DOT veio diminuir o acto que começava a ser habitual no sapo: a masturbação reprimida infantil e aumento do desejo sexual para cima dos 69%.
Por isso, lembre-se: não retire o DOT da sua televisão pois pode interromper o acto sexual dos sapos e das rãs e conduzir a um estado de frustração."

O texto foi transcrito na integra e como está escrito na folha original.
Um abraço ao JP, aka DOT, o meu primeiro caloiro... =)

Felro aka Dr. Bruce

sábado, 7 de abril de 2007

Sleepless

It's 4am and im still sleepless... i wonder why can't i just stop and take my mind to another place, another world, a world where good guys would actually be rewarded, and not be used and taken down by everyone and everything... being good only brings sorrow and suffering... this is the strange conclusion that i arrive when i watch her... oh Moon, why have you abandoned me in my darkest hour, when i need you most? I want to fight back but even my friends... hum... their not to be blamed... i have to figure it out for myself... i have to... i have to fight back...

Maybe, maybe when i fight back i will see... i will see that the Moon was always there, my friends where always there! Everyone just cheering for me has i've done for them!... maybe this is already happening and i'm stuck here, in this half dead, fully dark and lonelly state of mind... maybe i could return...

it's 4am and i'm lighter than before... i'm feeling sleepy so i'll just go to bed and dream about all the good things that i have in my life, because that's what matters in the long run... the good things, "one good thing to beat them all"...

De um Felro internacional e meio pró atrufiado, para o mundo... ao som de Crazy Mary dos Pearl Jam...

PS: Para os amigos nao se preocuparem, eu continuo de bem com a minha bolha :) heheheheh

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Ao encontro de mim

No final de MAIS UM semestre (com resultados não perfeitos mas francamente positivos, obrigado por perguntarem ;) ) tive aqueles merecidos dias de férias, na minha terrinha...
Aproveitei esses dias para fazer aquilo que tanto gosto, aproveitar a praia deserta de inverno para passear junto ao mar, olhar para trás, matar saudades das lembranças que tantas vezes me assaltam o pensamento, esfregar bem os pés na areia que passe o tempo que passar será sempre a mesma que me acariciou os pés minusculos na primeira vez que a pisei.
Num desses passeios e devaneios, comparei a minha vida de "antes" com a minha vida do "agora".
No "antes" encontrei um sonhador insaciável, que achava que tudo o que precisava para viver era "o amor e uma cabana", e um banquete de ondas para manter o espirito satisfeito, que vivia a vida um dia de cada vez, sempre preocupado em viver ao maximo, com a sede de quem tem medo que o mundo acabe já amanha.
No "agora", de inicio encontrei um "eu" mais sisudo, igualmente com sonhos, mas estes mais terra-terra, que vive o dia de hoje com um olho no de amanha, sempre a pesar bem as actitudes que toma, para que amanha não me tragam nenhum dissabor...é lixado crescermos e tornarmo-nos adultos...Mas quando procurei melhor, encontrei, mesmo no "agora" um MELRO com sede de viver a vida com todas as surpresas que ela tem, que tem sonhos alucidados como os de "antes" só que agora são simplesmente mais objectivos, porque tambem dizem respeito a outras pessoas...outra pessoa para ser mais concreto.
No fundo, depois de pensar muito no "antes" e no "agora" cheguei à conclusão que estou diferente, mais responsável, mais objectivo, mais careca, mais gordinho, menos atrevido...Mas felizmente, ainda vive dentro de mim aquela "criança grande" que me continua a fazer sonhar e a ter vontade de viver com todas as forças, vontade de partilhar com os amigos aquilo que de bom tenho.

Quem leu até agora deve estar a pensar que perdi o juizo de vez...secalhar têm razão...mas felizmente descobri que por muito que a nossa vida se altere, as coisas concretas e verdadeiras (como alguns amigos) vão estar lá sempre, tal como a areia nos pés, vão ser sempre as mesmas...vamos ser sempre os mesmos.

Beijos e abraços sem sentido tal como o texto que os antecederam :)
Ass.: Melro do "agora"

P.S.:A ideia de que preciso de um banquete de ondas para manter o espirito satisfeito, essa mantêm-se...quando essa ideia desaparecer, ai sim, deixarei de ser EU

domingo, 21 de janeiro de 2007

A felicidade exige valentia

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

E maaaaaaaaaaiiiiiiii nada

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

O lobo que há em mim

Hoje uivei.

Uivei como o lobo mais selvagem do planeta uiva para a Lua em busca de conforto e companhia numa noite fria de Inverno...

Uivei como se não houvesse amanhã, como se tudo o resto fosse apenas um sentimento mau que queria apagar da minha memória...

Uivei à procura de algo que não encontrei, mas mesmo assim, continuei e senti que ficava cada vez mais liberto deste mundo...

Uivei em plena harmonia com o mundo natural que me rodeava, lado a lado com o lobo que descubro agora ser eu mesmo, uma projecção de mim no mundo por mim idealizado...

Uivei porque posso e sinto-me leve e feliz quando o faço...

Uivei porque estou sozinho e, tal como o lobo, procuro conforto num qualquer sitio que não consigo atingir.

Hoje uivei... e sou lobo... sou lobo e corro pelos prados, pelos montes, com toda a alegria da liberdade no seu mais puro estado, da loucura controlada de poder fazer tudo quando quero e sem ter de parar por razão alguma! Vi todos os lugares do mundo, cheirei tudo o que havia a cheirar e beijei quem queria beijar... e depois fui feliz, num breve momento, um instante no tempo, mas fui feliz...

Hoje uivei...

Uivei uma vez mais e uma lágrima de felicidade correu-me o rosto como carícia de algodão na mais macia pele...

Hoje uivei...

Uivei à Lua e contei-lhe que sou um lobo, e que fui feliz... e, enquanto escrevo este texto sou capaz de jurar que a Lua me respondeu... sim... ela respondeu-me...

De um lobo adormecido para todos os lobos que, como eu, partilham da descoberta da felicidade... nem que por um momento muito pequenino...

Felro

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

O pior de nós

Não consigo pensar em sexo com este frio...Quer dizer... É melhor começar de outra maneira... As datas associadas ao calendário religioso são pouco dadas à libido e mais à gula. Ora consolado um dos pecados, esquece-se o outro.
Ia eu em busca de mantimentos que me alegrassem o cabaz (e a gula) quando encontrei dois amigos com quem já não estava há algum tempo. Os amigos - alguns deles - tornam-se aborrecidos por exigirem muito: querem a nossa presença, os nossos telefonemas, o nosso apoio, a nossa inteira disponibilidade. Se há falha, está o caldo entornado: "Afinal não és quem eu pensava", "Não pude contar contigo no momento em que mais precisava", "Pra mim morreste". As coisas que nos dizem perante a nossa indisponibilidade são de bradar aos céus.
Encontrei dois rapazes que também andavam às compras e, quando os vi, percebi que não me queriam ver. Tentaram enfiar-se na zona da garrafeira, mas o Melro, foi em busca das melhores pingas para este fim de ano e levou com aquele depósito mau que se aloja no fundo das garrafas. A acidez dos rapazes percebeu-se logo ao fim das primeiras palavras: "Estás vivo?!". Hesitei em pôr a pinga do Douro no cesto ou dar-lhes com a garrafa no coiro. Eu percebo que as pessoas nos reclamem depois de em momentos determinantes lhes termos pertencido, mas porque é que nos cobram isso a toda a hora? Pior! Se há coisa que mais detesto noutro homem, é que ele me observe dos pés à cabeça, vendo a forma como estou vestido, o que tenho calçado, se a barba está bem aparada e se os meus biceps continuam a não pôr em causa os dele. Mas será que quem olha assim não percebe que é olhado? Será que há homens que são tão obtusos que não percebem que nós percebemos que estamos a ser mirados de um pêlo ao outro? Encontrar um amigo (dois!) que nos olha como se cobiçasse cada pedacinho nosso é ter vontade de nunca mais o ver. Eu, pelo menos, guardo a minha inveja para o aconchego do lar onde, rodeado de revistas, chamo nomes aos tipos que realmente vale a pena cobiçar e que não dão por nada: o Tâmega, o Stewart, o Slater.
Este episódio triste de encontrar dois coirões amargos que me sugaram o estilo dos pés à cabeça lembrou-me uma miuda que andava comigo na escola e que um dia, sentindo-se observada, gritou com sotaque:"O que é, caralh*? Por acaso tenho a pita na testa?". Eu acho que no novo ano deviamos deixar de engolir em seco estes incómodos e passar ao ataque. "A pita na testa" talvez seja um bocadinho de mais para Coimbra (onde passo a maior parte do tempo), mas as pessoas, os coirões que deambulam na nossa vida, merecem resposta. Os taxistas que cheiram mal e têm a suspensão de rastos merecem o pior de nós. As tipas mal amadas que trabalham o ano inteiro connosco merecem o pior de nós. Os funcionários da repartição de finanças que põem água no cabelo e se sentam poderosos na sua cadeirinha insignificante merecem o pior de nós. As raparigas coimbrinhas que trabalham numa loja da moda e que acham que podem ser arrogantes das 9h às 20h merecem o pior de nós. Os homens que não têm tomates e deixam uma mulher no desespero quando desaparecem sem deixar rasto merecem o pior de nós.
Em 2007 passem ao ataque. Não tenham papas na lingua. Não guardem para vocês o que podiam ter dito aos outros. Não façam fretes. Não aturem gente que nos cobra a amizade nem tipos inseguros que nos cobiçam a carne e o molho.
Era esta a mensagem de paz que vos queria deixar...
Bom ano novo!
"Oh God, make me good, but not yet!"

Beijos e abraços revolucionários...Mas com votos de um ano muito feliz ;)
Melro